quarta-feira, 20 de junho de 2012

Maternidade Perfeita

Querida mamãe,

... Esta noite acordei estranhando o silêncio. Não havia barulho algum e pensei que o mundo tinha até acabado e você esquecido de mim. Coloquei a boca no trombone e você veio. Ainda bem! Fiquei tão feliz no calor do seu peito que acabei pegando no sono antes de mamar tudo o que precisava. Quando percebi que você ia me colocar no berço, chorei de novo, mas não tente negar: você estava com pressa para ir dormir outra vez.

Você me deu de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois resolveu trocar a minha fralda. Estava tudo tão calmo, um silêncio, nós dois juntinhos. Estava legal e eu perdi o sono. Você até que foi compreensiva, mas começou a bocejar e resolveu me fazer dormir. Eu não queria dormir. Talvez eu precisasse de mais dez minutos, meia hora.

Mas você estava mesmo decidida a dormir. Foi ficando bem nervosa e até chamou o papai. Eu não queria o papai e todos fomos ficando muito irritados. No final das contas acordei a casa inteira cinco vezes. De manhã nossa família estava com cara de quem saiu do baile. Acho que estraguei tudo.

Imagina, você chegou a dizer para o papai que eu estou com problema de sono. Eu não! Você é que vem me dar de mamar com pressa e daí eu sinto que você não quer mais ficar comigo. Os adultos tem hora certa para tudo mas eu ainda não entendi essas de relógio e tarefas estafantes que as pessoas grandes precisam fazer. Quando meu corpo está com o seu, quero ficar do seu lado sem me separar nunquinha.

Do alto dos meus três meses ainda não descobri direito que você é uma pessoa e eu sou outra. Um dia, eu vou sair por aí, vou saber telefonar e posso lhe deixar doida para saber o que ando fazendo e então você vai entender como me sinto agora.

Mas não precisamos dessa guerra mamãe. Até lá já poderemos nos entender inclusive através das palavras.
Sinto a angústia da separação, pois terminei de viver uma das grandes. Você também, mas vive tudo isso como adulta consciente. Eu ainda vivo no inconsciente.

Por enquanto nossa comunicação direta fica restrita aos nossos sentimentos inconscientes. Eu não sei nada, tudo é novo para mim. Você pode até achar que não sabe nada e que tudo é novo para você, mas eu vou aprender o que você me ensinar através da sua sensibilidade, dos seus sentimentos em relação a mim.
Sabe, mamãe, se você quer um conselho, vou dar: quando eu chorar à noite, não salta logo para meu berço desesperada, como se o mundo fosse acabar.

Espere um pouquinho, respire profundamente, ouça o meu choro até que ele atinja o seu coração. Sinta seu tempo, realmente acorde e venha me pegar. Me abrace devagar, não acenda a luz, fale bem baixinho e me dê o seu peito para eu mamar. Depois que eu arrotar, mais um pouco só de paciência, pois nós, bebês, somos muito sensíveis aos sentimentos dos adultos, especialmente os da mamãe. Se eu sentir que você está com pressa, sou capaz de armar o maior barraco, mas se você esperar até o meu segundo suspiro, quando meus olhos ficarem bem fechados, minhas mãos e pernas bem molenguinhas, aí sim pode me colocar de volta no berço que eu não acordo antes de sentir fome outra vez.

Conforme você for desenvolvendo sua paciência mamãe, eu estarei desenvolvendo minha tranqüilidade e nós não teremos mais noites infernais; apenas noites de mamãe/bebê, que um dia passam, como tudo na vida.




Chorei a primeira vez que li...e choro todas as vezes que leio!!
Li esse trecho do livro através do face de uma amiga...e nossa como tocou o mais fundo do meu coração...lindo demais, sensível demais!
Sim...é a maternidade perfeita!
Este lindo e tocante texto, faz parte do livro "Bebês de mamães mais que perfeitas",da autora Claudia Rodrigues, onde a" narração é feita do ponto de vista do bebê, como se ele estivesse expressando todas suas vontades, pensamentos e sentimentos desde a gestação até os dois anos de idade.
Com uma linguagem acessível e bem-humorada, esse livro propõe uma reflexão sobre os nossos novos comportamentos sociais e as necessidades atávicas dos filhotes humanos. Mais do que isso sugere soluções para um meio de campo entre a vida cotidiana apressada dos adultos e a dos bebês em seus processos primários de desenvolvimento".(sinopse)

Ainda, não li o livro...e nem comprei...mas estou com uma vontade imensa de comprar...só não sei que horas iria lê-lo....kkkk...
Acho tão importante este tipo de leitura, quem sabe, a sociedade que está tão fria por ser tão carente de pai e mãe presentes, amorosos e verdadeiramente participativos na criação de seus filhos. (sim..porque ter filho é fácil....o difícil é cuidar...não vale passar essa função para os outros #atençãonissogalera#), ficará assim, tocada e sensibilizada , buscando uma maternidade verdadeira!
Fácil, não é....isso eu garanto...noites sem dormir, amamentar a livre demanda(isso mesmo sem hora marcada) e cuidar 24h...são as tarefas mais difíceis que possam existir na vida....tem dias que nossa...não da nem pra explicar...você fica pra lá de maluca, acabada, derrotada....e tudo mais que possa incluir....kkk...
Ahhhh...mas eu também garanto...vale muito a pena...!! Esse investimento todo...dá um retorno...mais do que fantástico...!!
É Amor e isso...só quem ama sabe!!!



Ps. Quem quiser se candidatar a me dar de presente esse querido livro...kkk...eu aceitoooo!!!kkkk

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